A cosmovisão cristã se opõe em inúmeros aspectos ao senso comum secular que, para muitos autores, a palavra mais adequada para definir o Evangelho nesse aspecto é “contracultura”. Uma demonstração recente disso são as críticas que a ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, sofreu por defender a “concepção cristã” do casamento.
Em uma audiência na Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres na Câmara dos Deputados, na última terça-feira, 16 de abril, Damares Alves afirmou, de forma rápida, que a mulher é submissa ao marido numa união que respeita os preceitos bíblicos.
A declaração foi dada após uma tentativa de pegadinha da deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) sobre o papel da mulher, e Damares Alves respondeu que, dentro do casamento, o homem é o líder.
“Dentro da doutrina cristã, sim. Dentro da doutrina crista, lá dentro da igreja, nós entendemos que um casamento entre homem e mulher, o homem é o líder do casamento. Então essa é uma percepção lá dentro da minha igreja, dentro da minha fé”, declarou Damares, acrescentando que isso não significa que todas as mulheres devem ser submissas e “abaixar a cabeça para o patrão, para o agressor e para os homens que estão aí”.
“Mas dentro da minha concepção cristã, a mulher, sim, no casamento é submissa ao homem e isso é uma questão de fé”, enfatizou, reiterando a compreensão de que submissão não deve ser entendido como subserviência.
Ao final de sua resposta, Damares Alves destacou que sua crença pessoal não a desqualifica para exercer sua função: ”Isso não me faz menos capaz de dirigir este ministério. Não me faz mais incompetente. É uma questão de fé lá dentro do meu segmento”.
Todo o barulho a partir da declaração de Damares Alves, que é pastora, deixou de lado a essência da mensagem que a ministra transmitiu durante a audiência, destacando que o país deve se unir contra a violência doméstica, que vitima milhares de mulheres anualmente, assim como crimes de abuso sexual e estupro.
“Quero um Brasil sem estupro, porque se não tivermos estupro, não vamos ter mulher lá no serviço de saúde pedindo para fazer o aborto”, declarou a ministra, segundo informações do G1.

Submissão

Recentemente, uma mensagem pregada pelo pastor Anderson Silva se aprofundou sobre o conceito de submissão no casamento existente na cosmovisão cristã, a partir do que a Bíblia prega.
Assim como Damares Alves, o pastor enfatizou que os cônjuges possuem papeis diferentes no casamento, cabendo ao homem a liderança, e à mulher, o privilégio de ser essencial para que a missão do casal seja potencializada.
“Domínio é diferente de liderança. Dominar é anular o outro. Liderar é servir o outro. Por isso que a submissão não é algo ruim; submissão é potencializar a missão”, explicou. “Homens que não têm missão não podem exigir submissão de sua mulher. Porque uma mulher não vai seguir um homem que não sabe quem é e para onde está indo”, explicou.
“O feminismo é um Band-Aid para um câncer. O machismo é um câncer; ele não é de Deus, é antibíblico. O feminismo e o empoderamento da mulher são um Band-Aid — e isso não cura o câncer”, sintetizou o pastor Anderson Silva