Atualizado às 12h21

O crescimento econômico faz com que, desde 2007, 19 pessoas se tornem milionárias a cada dia no Brasil, tendência que deve continuar por mais três anos, segundo um estudo apresentado na conferência Private Banking Latin America 2011, realizada em Miami (EUA). Os dados foram divulgados em blog da revista americana 'Forbes'.

A pesquisa define como milionários aqueles cujas riquezas chegam a 1 milhão de reais (não de dólares), incluindo investimentos, propriedades, poupança e outros ativos.

Guilhermo Morales, um executivo da Millennium BCP que estava na conferência, disse que o ritmo de crescimento do número de milionários deve se reduzir daqui a três anos - 'para tudo há limites', afirmou.

O motivo de haver cada vez mais pessoas ricas está, segundo os autores do estudo, na expansão do PIB (produto interno bruto) e particularmente, na do consumo, o que impulsiona a fortuna nos setores varejista, bancário e em alguns ramos da indústria.

Os altos executivos têm se beneficiado com o 'boom' econômico. Segundo Morales, é comum, no Brasil, profissionais de bancos de investimento ganharem um bônus anual de R$ 1 milhão.

Para Emerson Pieri, que apresentou as estatísticas, o País proporciona uma 'enorme oportunidade' para atividades de private banking para atender as demandas da 'crescente comunidade de milionários'.

O Brasil tem atualmente 137 mil milionários e 30 bilionários, segundo a 'Forbes', com 70% da riqueza concentrada em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Elite classe média

Nessa pesquisa, o conceito de milionário abrange pessoas com patrimônio de R$ 1 milhão para cima, o que inclui, também pessoas que estão muito mais para o que se chamariam, informalmente, de 'remediadas'.

O preço médio do metro quadrado de um apartamento nas sete principais regiões metropolitanas do País chegou a R$ 6 mil em outubro. Nesse caso, um 'milionário' do estudo pode ter um apartamento de 150 metros quadrados (que, dependendo da região, pode ser avaliado em R$ 900 mil) e um carro como o Toyota Corolla 2.0 que, pela tabela da Fipe, está R$ 76 mil.

Sobrariam R$ 24 mil para serem aplicados, por exemplo, em um fundo de renda fixa, que renderiam ao 'milionário' R$ 2,9 mil (12%) ao ano.

Ironias à parte, não é possível ignorar que os milionários do estudo sejam parte de uma minoria privilegiada no País. Se eles são, mesmo, 137 mil, como diz a 'Forbes', então são apenas 1,4% da população economicamente ativa. Já podem ser alvo dos protestos 'Occupy Wall Street'.

FONTE MSN - ESTADÃO