08 de setembro de 2010 • 16h36 • atualizado às 17h58
A pequena igreja da Flórida ignorou as críticas mundiais e mantém seus planos de queimar em torno de 200 exemplares do Alcorão, enquanto que as autoridades locais tentam de tudo para impedir o protesto.
Apesar das condenações feitas por funcionários americanos, militares e líderes religiosos mundiais, a igreja informou que mantém seus planos de queimar livros sagrados do islã no aniversário dos ataques de 11 de setembro.
"Nós sentimos que essa mensagem é importante. Nós ainda estamos determinados a fazê-lo, sim", declarou o pastor Terry Jones à CBS nesta quarta-feira.
Ele disse que a mensagem da igreja é destinada aos radicais do islã. "Nós queremos que eles saibam que, se estão na América, precisam obedecer nossas leis e constituição e não empurrar lentamente a agenda deles sobre nós", completou.
Jones indicou na terça-feira que ainda decidiria se o evento incendiário iria ocorrer, mas aparentemente a igreja evangélica já determinou que realmente será realizado.
"Em nenhum momento nós consideramos desistir", disse o assistente administrativo da igreja evangélica Dove World Outreach Center, Fran Ingram, à AFP.
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, classificou os planos como "vergonhosos" em meio a temores de que a ação desperte ira no mundo islâmico, colocando em perigo as vidas das tropas americanas e aliadas no Afeganistão.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, condenou nesta quarta-feira o plano da igreja, afirmando que um ato dessa natureza não pode ser apoiado "por nenhuma religião".
A chanceler alemã Angela Merkel também classificou de odioso e erro a decisão da igreja.
"Parece-me que é uma falta de respeito, é odioso e simplesmente um erro", afirmou a chefe de Governo, durante a entrega de um prêmio de liberdade de imprensa ao chargista dinamarquês Kurt Westergaard, ameaçado de morte por extremistas muçulmanos por ter feito uma caricatura de Maomé com uma bomba como turbante.
As autoridades da pequena cidade universitária de Gainesville reuniram-se nesta quarta-feira para desenhar planos de contingência entre os bombeiros e a polícia antes da queima dos livros, prevista para as 18h00 locais (19h00 de Brasília) no próximo sábado.
O porta-voz da prefeitura, Bob Woods, disse à AFP que a igreja violará as leis municipais, que proíbem fogueiras ao ar livre, e poderá ser alvo de uma multa de 250 dólares.
No entanto, Woods completou que não está descartada a possibilidade de prisões.
"Vai depender do que ocorrerá depois da queima dos livros em Gainesville e de os bombeiros controlarem o fogo", disse. "Nós temos um plano de contingência."
Os bombeiros negaram um pedido feito algumas semanas atrás por Jones para realizar a cerimônia de queima do Alcorão ao ar livre, mas a polícia não pode intervir até que eles realmente toquem fogo nos 200 livros.
O evento organizado por uma obscura igreja evangélica, que deve ter em torno de 50 membros, agitou a normalmente pacata cidade de 124.000 habitantes localizada na Flórida.
Jones, um pastor que lidera a igreja desde 2001 e já recebeu ameaças de morte, também é autor do livro "Islam is Of The Devil" ("O islã vem do Diabo", em tradução livre).
Ele disse pretender honrar a memória das quase 3.000 vítimas do ataque promovido pela Al-Qaeda contra as Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001.
Mas o plano de queima do Alcorão já inflamou o mundo islâmico, e poderá gerar mais raiva por coincidir com o fim do mês sagrado do Ramadã.
As Nações Unidas uniram-se ao coro global de condenação ao ato, afirmando que civis e equipes de socorro no Afeganistão poderão ser mortos caso o plano de queimar o livro sagrado ocorra.
"Se um ato horrendo como esse ocorrer, só contribuirá para dar mais combustível àqueles que são contrários à paz e à reconciliação no Afeganistão", disse um alto funcionário da ONU no país, Staffan de Mistura.
FONTE -TERRA NOTICIA
POSTAGEM POR EDILSON SILVA
BRASIL ELOGIA SUSPENSÃO DE APEDREJAMENTO DE SAKINEH ASTIANI
Celso Amorim qualifica medida do regime iraniano como positiva, mas 'apenas um passo'
08 de setembro de 2010 17h 53
BRASÍLIA- O ministro de Relações Exteriores Celso Amorim qualificou nesta quarta-feira, 8, como "positiva" a decisão do governo iraniano de suspender a pena de apedrejamento de Sakineh Mohammadi Ashtiani, acusada por adultério e por envolvimento no assassinato de seu marido.
Reprodução
Pena por envolvimento na morte do marido foi mantida
"É positivo que o apedrejamento tenha sido suspenso. Evidentemente, isso é apenas um passo e sempre tratamos esse assunto com muito cuidado", disse o chanceler a jornalistas.
Amorim aproveitou a ocasião para defender a oferta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para dar "asilo humanitário" à iraniana de 43 anos.
Segundo o chefe da diplomacia brasileira, a melhor maneira de defender a melhoria da situação e dos direitos das pessoas não são as "estridências", nem as condenações "enfáticas", mas sim o diálogo.
O porta-voz do ministro de exteriores iraniano, Ramin Mehmanparast, anunciou hoje a suspensão temporária da pena de morte por apedrejamento de Sakineh, para que sua condenação por adultério seja revisada. A sentença em relação a sua cumplicidade na morte de seu marido, no entanto, "segue em curso".
Sakineh foi condenada em 2006 por manter relações ilícitas com dois homens após ficar viúva, o que, segundo a lei islâmica, também é considerado adultério. Primeiramente a pena foi de 99 chibatadas, depois convertida em morte por apedrejamento e, posteriormente, alterada para enforcamento.
Em julho deste ano, seu advogado Mohammad Mostafaei tornou público o caso em um blog na internet, o que chamou a atenção da comunidade internacional. Perseguido pelas autoridades iranianas, ele fugiu para a Turquia, de onde buscou asilo político na Noruega.
O governo brasileiro ofereceu refúgio a Sakineh, o que foi rejeitado por Teerã. A pena de morte foi mantida por um tribunal de apelações, que acrescentou ao caso a acusação de conspiração para a morte do marido.
FONTE - O ESTADO
POSTADO POR EDILSON SILVA
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